Trabalho de Estruturalismo
Índice
Bibliografia…………………………………………………...…………………………………...9
Introdução
É
notório que, o ʺEstruturalismoʺ
representou a maior revolução metodológica nas ciências humanas nos últimos cinquenta
anos, sendo certo que hoje se encontra em relativo desmérito, embora algumas de
suas postulações se tenham incorporado definitivamente ao próprio modo de ser
do pensamento contemporâneo. Nenhum intérprete das humanidades pensará de forma
adequada, caso não incorpore os pressupostos estruturalistas, ainda que apenas
para os negar. Todavia, a teoria estrutural apresenta uma espécie de paradoxo relativamente
à evolução dos métodos de crítica literária no século XX. O
estruturalismo é, em grande medida, uma criação de Claude Lévi-Strauss
(1908-2009), ele, encara as culturas como sistemas de signos partilhados,
estruturados de acordo com princípios que governam o funcionamento do espírito
humano que os gera. A obra do francês Levis Strauss ʺestruturas elementares de
parentescoʺ, este pensador procurou na linguística a disciplina modelo das
ciências sócias para explicar o funcionamento das sociedades, enquanto os
funcionalistas encontram na Biologia o modelo explicativo das sociedades.
Objectivos
Ø Abordar
a cerca do estruturalismo
Ø Descrever
de forma detalhada os fundamentos do estruturalismo.
Ø Conhecer
as principais ideias e pensadores estruturalistas.
Quanta
a Metodologias deste trabalho, para a elaboração foi baseada na revisão e
consultas bibliográficas e documentos, artigos e revistas de modo a tornar
coerente as informações exploradas nessas fontes.
1.Estruturalismo
Na perspectiva De Mello (2013:262) defende que, O estruturalismo é uma
corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou de modelo de
linguística e que depreende a realidade social a partir de um conjunto
considerado elementar de relações. Para a sociologia, antropologia e linguística,
o estruturalismo é a metodologia pela qual elementos da cultura humana devem
ser entendidos em face a sua relação com um sistema ou estrutura maior, mais
abrangente. O estruturalismo opera no sentido de descobrir as estruturas que
sustentam todas as coisas que os seres humanos fazem, pensam, percebem e sentem.
1.1.Princípio
fundamental do estruturalismo
O princípio fundamental é que a
noção de estrutura social não se refere a realidade empírica, mais aos modelos
construídos em conformidade com esta. Assim aparece a diferença entre duas
noções, tão vizinhas que foram confundidas muitas vezes: a de estrutura social
e a de relações sociais. Onde a estrutura social é um sistema de organização da
sociedade que decorre da inter-relação e posição (status social entre seus
membros, e relação social refere-se ao relacionamento entre dois ou mais
indivíduos no interior de um grupo social. As relações sociais formam abase da
estrutura social.
Para Levis-Trauss um modelo social
merece o nome de estrutura social, quando exclusivamente, satisfazer a quatro
condições:
·
Em primeiro lugar, uma
estrutura oferece um carácter de sistema, ela consiste em elementos tais que
uma modificação qualquer de um deles acarreta uma modificação de todos os
outros.
·
Todo modelo pertence a
um grupo de transformações, cada uma das quais correspondem a um modelo da
mesma família, de modo que o conjunto dessas transformações constitui um grupo
de modelos.
·
Em terceiro lugar as
propriedades indicadas acima permitem prever de que modo reagirá um modelo em
caso de modificação de um dos seus elementos.
·
Enfim, o modelo deve
ser construído de tal modo que o seu funcionamento possa explicar todos os
factos observados.
1.2.Orientações
teóricas da antropologia para o estruturalismo
Entre
as orientações teóricas da antropologia, a escola estruturalista é a mais
recente, não tendo sido ainda suplantada por outra. Teve seu apogeu nas décadas
de 40 e 50. O estruturalismo é uma espécie de refinamento do funcionalismo, mas
ambos possuem modelos de abordagem que permitem explicar aspectos da cultura,
ou seja, tanto funcionalismo e o estruturalismo de Lévi-Strauss defendem a tese
da possibilidade de explicação da cultura e da sociedade sem uma incursão
necessária na história, e ainda são constituídas por uma análise sistemática e
características do positivismo. Lévi-Strauss encara as culturas como sistemas
de signos partilhados, estruturados de acordo com princípios que governam o
funcionamento do espírito humano que os gera (MARCONI, 2010: 262).
Estruturalismo e
funcionalismo
O
estruturalismo e o funcionalismo são duas orientações diferentes e
individualizada por suas características e pressupostos básicos próprios.
Entretanto, em alguns pontos são concordantes:
Ø Visão
sincrónica da cultura.
Ø Visão
sistémica e globalizante do fenómeno cultural.
Ø Adopção
do termo estrutura.
Ø Influências
de escola Francesa.
1.1.2.Diferença entre
conceito de estrutura usado Brown e Lévi-Strauss
A
principal diferença entre o conceito de estrutura usado por Brown e o que
aparece em Lévi-Strauss está no fato de que para este, a estrutura seria apenas
uma matriz ou modelo de análise constituído a partir da observação da realidade
social. Strauss percebeu dois tipos de dinâmica na realidade social, uma
previsível porque prevista no próprio sistema ou estrutura, outra imprevisível,
isto é, imponderável. E ele considera a abordagem tradicionais da antropologia
como incapazes de captar os inconscientes, dos quais os modelos conscientes não
passam dar efeitos deformados.
Em
1949 Lévi-Strauss publica "As estruturas elementares de parentesco",
obra em que analisa os indígenas australianos e, em particular, os seus
sistemas de matrimónio e parentesco. Lévi-Strauss é o principal expoente da
corrente estruturalista na antropologia. Para fundá-la buscou elementos das
ciências que, no seu entender, havia feito avanços significativos no
desenvolvimento.
1.2.Antropologia
estrutural
Para
Lévi-Strauss, a antropologia estrutural é o estudo científico dos subprodutos
gerados pelas operações inconscientes do espírito humano. As operações mentais,
isto é, as estruturas, representam o significado real da cultura. A abordagem
estruturalista evita os perigos do relativismo, na medida em que as distintas
culturas são consideradas como meros subprodutos distintos do espírito humano -
nem melhores nem piores uns que os outros.
1.3.Pensadores do estruturalismo
Claude Levi-Strauss
(1908) : foi reconhecido mentor da teoria estruturalista, posicionando-se como
um dos mais proeminentes e discutidos antropólogos sociais da actualidade.
Nascido na Bélgica e transferiu-se mais tarde para Franca onde passou grande
parte da sua vida.
L. Lèvi-Bruhl (1875-1939): Para este autor, o pensamento dos chamados,
na altura, “primitivos” é pré-lógico, ou seja: é determinado pelas
representações colectivas; condicionado pela visão da realidade, como mística e
sobrenatural; não científico; e não baseado em causas. Perante estas
características, o pensamento dos europeus seria lógico. Sob um ponto de vista
crítico, nem sempre pensamos e actuamos lógica, científica ou racionalmente.
Marcel Griaule (1898-1959): Pesquisou, na Etiópia e no Mali (os dogon). Conduzir a pesquisa de um
grupo de estudantes, na África Ocidental, entre eles Jean Rouch que fez cinema
etnográfico. No seu livro “Dieu d´Euau”, relata como, só depois de 15 anos de
convivência com eles, conseguiu descobrir o seu sistema cosmológico. Essa
descoberta ocorreu durante um encontro com o velho sábio “Ogotemmeli”. Neste
trabalho, Marcel Griaule demonstra a plena humanidade dos dogon.
1.3.1.Postulados
básicos do Estruturalismo
Para
o estruturalismo, as culturas são sistemas de signos partilhados e estruturados,
segundo princípios que governam o funcionamento do intelecto humano que os
gera. Influenciaram o estruturalismo francês: Durkheim, Jakbson (teoria
linguística), Kant (idealismo) e Marcel Mauss. Claude Lévi-Strauss (1908) clarificou o contributo de Mauss e deu
uma interpretação mais convincente: as três obrigações (dar, receber e
retribuir) não podem ser explicadas, concedendo aos objectos trocados uma força
intrínseca própria.
O estruturalismo propõe o abandono do exame particular das obras, tomando-as
como manifestação de outra coisa para além delas próprias: a estrutura do
discurso literário, formado pelo conjunto abstracto de procedimentos que caracterizam
esse discurso, enquanto propriedade típica da organização mental do homem. As
obras individuais seriam manifestações empíricas de uma realidade virtual,
constituída pelas normas que regem as práticas singulares. A análise desse
discurso, que paira acima das obras e antes de sua existência singular, é que
consiste no objecto de investigação do método estrutural.
Os estruturalistas recusam a descrição imanente, por acreditar que um
método científico não pode se esgotar em operações práticas e singulares. Ao
contrário, deve voltar-se para o exame da estrutura do discurso literário,
abstractamente concebido, do qual as obras concretas não passam de
particularizações. Em última análise, a crítica estrutural preocupa-se com a
criação de uma poética, não no sentido clássico de conjunto de normas ou
preceitos para a conquista da adequação das obras aos respectivos géneros, mas
no sentido de uma teoria da estrutura e do funcionamento do discurso literário.
Conforme Todorov, as
condições essenciais para que uma poética seja estrutural são: recusa da
descrição concreta das obras, eleição de organizações abstractas anteriores à
sua manifestação em textos individuais, a correta noção de sistema, a condução
da análise até as unidades elementares do discurso e, por fim, a escolha
explícita dos processos. Considere-se em particular a noção de que a poética
deve se empenhar na de composição do discurso literário até suas menores
unidades.
Culturas
frias e culturas quentes
A impressão que se tem, numa visão de conjunto , e que Levei-Strauss
aose preocupar muito em descobrir as constantes do pensamento humano, findou
Criticas
estruturalismo e a introspecção
As criticas mas evidentes ao estruturalismo foram
relacionadas aos seus métodos, principalmente a introspecção praticada nos
laboratórios de Titcherner e Kulpe que estava voltando para os relatos
subjectivo doa elementos da consciência, em quanto que na concepção de Wundt
estava voltando para as respostas objectivas aos estímulos externos.
Os críticos apontavam que a totalidade de uma experiencia
não poderia ser recuperada por nenhuma associação e relação entre as suas
partes elementares, pois defendiam que a experiencia só ocorre em termos de
totalidades unificadas. Outro ponto alvo das criticas lançadas acerca do método
introspectivo utilizado por Titchener estava relacionado com as praticas
pré-estabelecidas que observadores estruturalistas eram treinados para
realizarem, isto e, os críticos se detinham em questionar a validez e
credibilidade dos estudos, uma vez que consideravam o treinamento dirigido por
Titcherner uma espécie de indução que forjava os resultados e concluía o que
fosse necessário para fortalecer as teses e fundamentos estruturalistas.
Conclusão
Acredita-se
que a última finalidade das ciências humanas não é conhecer o homem, mas
dissolve-lo. O estruturalismo é uma corrente antropológica, uma criação de
Levi-Strauss ele, encara as culturas como sistemas de signos partilhados,
estruturados de acordo com princípios que governam o funcionamento do espírito
humano que os concebe. O estruturalismo é uma espécie de refinamento do
funcionalismo, mas ambos possuem modelos de abordagem que permitem explicar
aspectos da cultura, ou seja, tanto funcionalismo e o estruturalismo de
Lévi-Strauss defendem a tese da possibilidade de explicação da cultura e da
sociedade sem uma incursão necessária na história, e ainda são constituídas por
uma análise sistemática e características do positivismo.
Para
terminar, de forma generalizada essas teorias tem um cunho importante nas ciências
sociais especialmente a antropologia cultural assim como outras que busca
subsídios históricos dos tempos remotos para melhor descrever as actuais e as
perspectivas futuras das culturais que agora existem. Desta feita, espera-se
com este trabalho que seja de alcance académico no que tange a antropologia
cultural para melhor as expectativas e visões antropológicas.
Bibliografia
DE MELLO, Luiz
Gonzaga. Antropologia cultural (Iniciação, teoria e temas).19a
ed, Editora Vozes, 2013.
TODOROV, Tzvetan Estruturalismo e
poética,. Tradução de José Paulo Paes.
São Paulo, Cultrix, 1970.
Los Gatos. de Charles Baudelaire., análise estrutural de Roman Jakobson
e Claude Lévi-Strauss. In: Estructuralismo y literatura. Selecção de José
Sazbón. Buenos Aires, Ediciones
Nueva Visión, 1972.
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